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Colectomia: Descubra como funciona a cirurgia de Câncer de Cólon

29/03/2022

Colectomia é o nome que recebe a cirurgia realizada para a remoção de parte ou de todo o intestino grosso (cólon). A colectomia pode ser realizada por via aberta (cirurgia convencional) ou por acesso minimamente invasivo (videolaparoscopia ou cirurgia robótica).

Quer saber mais detalhes sobre esse procedimento? Então, acompanhe o post de hoje!

Como funciona a Colectomia?

Existem três tipos mais comuns de colectomia: total, parcial ou total. 

Quando é realizada a cirurgia total, é removido todo o intestino grosso. Já na colectomia parcial ou subtotal, apenas uma parte do órgão é removida (colectomia direita, colectomia esquerda, colectomia subtotal).

Com relação ao procedimento em si, ele pode ser realizado por via convencional (cirurgia por via aberta ou laparotomia) ou por via de acesso minimamente invasiva (laparoscopia ou robótica), consideradas técnicas menos invasivas. 

Na cirurgia por via convencional ou aberta, é realizada uma incisão no abdômen do paciente. Quando a colectomia é feita por acesso minimamente invasivo (laparoscopia ou robótica), ao contrário da anterior, são realizadas pequenas incisões no abdômen, por onde o cirurgião introduz através da parede do abdômen vários tubos (trocartes) com diâmetro de 5 a 12 mm. Em um desses tubos, é inserida uma ótica acoplada a uma minicâmera especial, que permite a observação do interior do abdômen por meio de um monitor (televisão) de alta definição.

Com o avanço da tecnologia essa imagem hoje pode ser transmitida para o monitor em 3 dimensões. Os trocartes também permitem que o cirurgião introduza no interior da cavidade abdominal instrumentos especiais que serão necessários para realizar as diferentes etapas da cirurgia. 

Na cirurgia robótica, o cirurgião utiliza um robô cirúrgico com braços especiais que são conectados aos diferentes instrumentos necessários para a realização da operação. É importante esclarecer que o cirurgião sentado em um console ao lado da mesa cirúrgica controla todos os movimentos desses instrumentos acoplados aos braços do robô. 

Quando o cirurgião utiliza as vias de acesso minimamente invasiva é introduzido dentro do abdômen por um dos trocartes, o gás dióxido de carbono (CO2 medicinal). A introdução desse gás no interior do abdômen tem como objetivo de distender a cavidade abdominal e possibilitar a visualização adequada dos órgãos internos. A distensão ocasionada pela introdução de CO2 é essencial para que o cirurgião tenha espaço suficiente para realizar as várias etapas da colectomia. 

À medida que o procedimento cirúrgico progride, o cirurgião consegue retirar a parte do cólon comprometida pela doença. Após a remoção do segmento doente o cirurgião restaura a continuidade do trânsito intestinal realizando uma emenda (anastomose) entre os segmentos sadios remanescentes. Essa reconexão do intestino sadio pode ser feita manualmente pelo cirurgião por meio de suturas, ou com o uso de equipamentos especiais (grampeadores cirúrgicos) que realizam a anastomose mecanicamente.

Restabelecida a continuidade do intestino grosso o cirurgião finaliza o procedimento, retirando o gás carbônico do interior do abdômen e suturando os pequenos orifício por onde os trocartes foram colocados. 

Atualmente, a via de acesso minimamente invasiva é o procedimento preferido pelos cirurgiões, principalmente por reduzir o tempo de recuperação do doente, provocar menos dor e apresentar melhor resultado estético.

Quando a Colectomia é indicada?

A colectomia, é indicada para tratar uma série de doenças que acometem o intestino grosso, como por exemplo:

  • Câncer do cólon ou da parte superior do reto;
  • Complicações das Doenças Inflamatórias Intestinais (Retocolite ulcerativa inespecífica e doença de Crohn);
  • Enfermidades que provoquem obstrução intestinal;
  • Diverticulite aguda complicada.

Colectomia: Pós-operatório

No período pós-operatório imediato, geralmente, o doente permanece em observação na sala de recuperação anestésica por algumas horas, sempre acompanhado pela equipe multidisciplinar presente no centro cirúrgico (médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem). Dependendo do porte da intervenção cirúrgica poderá ser encaminhado à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) ou diretamente para o quarto para recuperação pós-operatória gradual.

Logo após o restabelecimento da consciência, alguns doentes podem sentir tremores, tontura, náuseas, sudorese e mal-estar, sintomas bastante comuns nesse período. O tempo de permanência hospitalar varia segundo o método cirúrgico utilizado. Nos doentes submetidos a cirurgia por laparoscopia ou por robótica a alta hospitalar pode ser dada a partir do 3º. dia, enquanto naqueles operados por via convencional os doentes recebem alta hospitalar geralmente nos primeiros de 7 dias podendo ser antecipada naqueles que apresentem evolução satisfatória. 

É muito importante que o paciente siga a orientação dietética preconizada pela equipe cirúrgica após a cirurgia, voltando gradativamente à dieta normal. 

Contudo, vale ressaltar que cada pessoa responderá de uma maneira diferente à recuperação pós-operatória. Mas, em qualquer sinal de anormalidade ou complicação durante esse período, o médico deverá ser imediatamente contatado.

Já fez colectomia ou conhece alguém que está prestes a realizar a cirurgia? Comente abaixo e compartilhe o conteúdo!

Foto do Dr. Agnaldo Soares Lima.
Sobre o autor
Prof. Dr. Carlos Augusto Real Martinez
Professor Associado do Departamento de Cirurgia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Coordenador do Ambulatório de Câncer de Reto - Gastrocentro - FCM/UNICAMP Professor Adjunto do Curso de Medicina da Universidade São Francisco (USF) Coordenador do Programa de Residência Médica em Coloproctologia do Hospital Universitário São Francisco (HUSF)
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