Disfagia é a dificuldade que uma pessoa sente para engolir os alimentos. Pode acontecer no início da deglutição - na fase oral e/ou faríngea - ou na fase esofágica.
O processo de deglutição dos alimentos, ou seja, o ato de engolir, depende do bom funcionamento de diversas estruturas, que vão desde a boca até a ligação com o estômago. Problemas nessas estruturas podem desencadear disfagia; ou seja, dificuldade de ingestão de alimentos e, em alguns casos, até da deglutição da saliva.
Essa dificuldade para engolir pode ser acompanhada por outros sinais e sintomas; dentre eles, destacam-se: dor ao deglutir, sensação que o alimento está parado no meio do caminho, dor torácica, engasgos, pneumonias de repetição, falta de ar e emagrecimento. Pessoas com disfagia devem procurar auxílio médico imediato; é necessário descobrir a causa para planejar a melhor opção de tratamento.
A disfagia pode acometer pessoas de qualquer idade; porém, é mais comum naqueles com mais de 50 anos. Siga lendo esse artigo; confira mais detalhes!
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O termo disfagia caracteriza dificuldade de progressão do alimento, ou mesmo da saliva, no seu trajeto natural entre a boca e o estômago. Pode ser decorrente de alguma forma de obstrução ao trânsito alimentar, ou de distúrbios funcionais de órgãos e sistemas envolvidos na deglutição. A disfagia pode resultar de distúrbio na passagem do alimento da orofaringe para o esôfago (disfagia orofaríngea) ou na passagem pelo esôfago até o estômago (disfagia esofágica).
A disfagia orofaríngea, também chamada de disfagia alta, é aquela que acontece durante a fase oral e/ou faríngea da deglutição. Geralmente, é acompanhada por engasgos frequentes e tosse. Em alguns casos, pode haver também retorno do alimento pelo nariz (regurgitação nasal) e pneumonias de repetição.
A disfagia esofágica, também chamada de disfasia baixa, acontece quando os alimentos já estão na fase esofágica da deglutição. Nesse caso, a queixa mais comum é sensação de dificuldade de passagem do alimento pelo esôfago e dor torácica.
A disfagia é uma queixa relativamente comum; inquéritos populacionais apontam que cerca de 6,5% da população adulta apresenta ou apresentou dificuldade de deglutição em algum período da vida. A ocorrência da queixa aumenta com a idade, chegando a ser referida por mais da metade dos pacientes idosos abrigados em asilos para a terceira idade.
Ao dificultar o processo natural de alimentação, a disfagia pode determinar repercussões nutricionais sérias e complicações graves e até fatais. Portanto, deve ser adequadamente diagnóstica e tratada.
Em decorrência da dificuldade da ingestão dos alimentos – disfagia, ou associadamente a ela, podem ocorrer vários sinais e sintomas. Dentre eles, destacam-se:
Nas disfagias altas, usualmente, a pessoa refere dificuldade para iniciar o processo de deglutição e engasgos frequentes. Frequentemente, a dificuldade para ingestão de líquidos é até maior que a dificuldade para ingestão de alimentos mais consistentes.
Nas disfagias baixas – esofágicas, usualmente, a pessoa refere que deglute bem os alimentos; porém, sente dificuldade na passagem dos mesmos pelo esôfago. Nesses casos, a dificuldade para ingestão de alimentos mais consistentes costuma ser maior que a dificuldade para ingestão de líquidos.
É importante salientar que os dois tipos de disfagia podem ocorrer de modo associado e destacar mais uma vez que a disfagia não traduz um simples incômodo; pode desencadear complicações graves e até fatais. Portanto, merece atenção e cuidado.
A disfagia pode ser decorrente de obstruções orgânicas (obstrutiva) ou de desordens que atrapalham a função da deglutição (motora/funcional).
A disfagia obstrutiva é causada por lesões estruturais, benignas ou malignas, que reduzam o calibre do esôfago, ou exercem compreensões extrínsecas; tais como: tumores, divertículos, anéis, membranas, esofagite por refluxo complicada e grandes hérnias hiatais. Nesses casos, tende a ser constante; ou seja, ocorre em todas deglutições.
A disfagia motora/funcional é decorrente de desordens musculares ou neurológicas dos órgãos envolvidos no processo da deglutição; tais como: miopatias (doenças musculares), doenças do colágeno, doença de Parkinson, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e denervação esofágica primária ou secundária a outras afeções como, por exemplo, a doença de Chagas. Nesses casos, tende a ser intermitente; ou seja, tem períodos de piora e outros de melhora.
Outra causa importante de disfagia é a esofagite eosinofílica - doença decorrente de alergia alimentar. Há casos em que a disfagia é dependente apenas do processo natural de envelhecimento. Portanto, com tantas possibilidades, é muito importante procurar a ajuda de um médico para descobrir a causa exata da disfagia e programar o tratamento.
O médico faz o diagnóstico baseando-se numa consulta adequada, na qual perguntará detalhes importantes para elucidação da causa da disfagia e na realização de exames diagnósticos específicos, que devem ser indicados de modo criterioso e sequencial. Usualmente, o primeiro exame a ser realizado é a endoscopia digestiva alta com a qual identificam-se as causas obstrutivas da disfagia.
Se não houver causa obstrutiva aparente, indica-se um estudo radiológico contratado, no qual avalia-se o processo de deglutição desde a boa até o estômago. A depender do resultado do estudo radiológico contrastado, pode ser necessária a realização de uma manometria esofágica – exame que avalia a atividade motora do órgão e, eventualmente, de métodos adicionais de imagem como a tomografia ou ressonância nuclear magnética.
O tratamento vai depender da causa da disfagia; portanto, é muito importante que seja realizado um diagnóstico adequado. Pode envolver o uso de medicamentos, de dilatações ou aplicações de toxina botulínica, realizadas por endoscopia e até de intervenções cirúrgicas. Em alguns casos, requer a atenção de equipe multidisciplinar, composta por médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e outros especialistas.
Como vimos, a dificuldade para engolir não é um problema raro. É importante ter atenção com a forma como esse processo acontece e identificar possíveis sinais e sintomas associados. Buscar ajuda médica é fundamental para que ela não prejudique a alimentação e nem desencadeie complicações potencialmente graves.
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