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Jurandir Ribas diz que ou os médicos elegem seus parlamentares ou a defesa profissional não será eficaz

08/06/2016

O professor Jurandir Marcondes Ribas Filho, vice-presidente da região Centro-Sul da Associação Médica Brasileira – AMB, e que já presidiu o capítulo do Paraná do CBCD, pretende que o Colégio lidere a necessidade de conscientizar os médicos brasileiros para que haja tanto em Brasília como nos Estados e Municípios, bancadas de parlamentares que defendam as bandeiras da categoria.

As recentes decisões equivocadas a nível federal, que afetaram negativamente os médicos só deixarão de ocorrer se “tivermos quem fale em nosso nome no Congresso”, diz ele, lembrando a contratação de estrangeiros sem que façam o “Revalida”, a pretendida universalização da Residência, sem que haja condições para isso, assim como a multiplicação de cursos de medicina sem hospital-escola e sem a mínima capacidade de formar um bom profissional.

Ao falar para o Portal do CBCD, Jurandir Marcondes Ribas Filho detalhou sua proposta sobre a criação de uma bancada de defesa dos Médicos e da Medicina.

CBCD – Porque considera necessária a eleição de médicos nos parlamentos federal e estaduais?

Jurandir Marcondes Ribas – Porque não temos uma bancada que atue como porta-voz da defesa profissional e que influa nos projetos que definem a saúde pública. Nos EUA, a bancada de 17 parlamentares são eleitos com apoio da Associação Médica Americana – AMA, e assim defendem as bandeiras dos médicos e orientam os projetos de lei para a definição dos rumos da saúde pública.

CBCD – Mas ao que consta há muitos parlamentares médicos em Brasília.

Jurandir – É verdade, temos 47 médicos no Congresso Nacional e na legislação passada eram 56. Acontece, porém, que os mesmos não foram eleitos pela classe médica. Embora tenham sido registrados 610 candidatos que se declararam médicos nas últimas eleições, a grande maioria deles não tiveram amplo apoio de seus pares. Daí parlamentares médicos tais como, Jandira Feghali, Humberto Costa, Darcísio Perondi, não terem compromisso com a defesa de nossos interesses. Exceção pode ser feita a parlamentares como Luiz Henrique Mandetta, Ronaldo Caiado, que mesmo não tendo sido eleito com apoio significativo da classe médica, tem representado de uma forma muito intensa os nossos interesses. Como exemplos históricos, nomes como Antonio Carlos Magalhães e Inocêncio de Oliveira e outros são lembrados sempre como políticos, e nunca como médicos.

CBCD – E qual o caminho para conseguirmos bancadas que defendam os interesses da categoria?

Jurandir – Tanto o Conselho Federal de Medicina como a Associação Médica Brasileira estão fazendo sua parte, mas agora que temos um governo novo e a esperança de que haja espaço para a discussão de outros temas que não a corrupção e a economia, cabe às sociedades médicas se unirem, levantarem as bandeiras que são de todos nós, para que tenhamos a força necessária para levar nossas reivindicações ao SUS, aos planos de saúdes, e assim conseguirmos não apenas remuneração digna e adequada, mas também condições de trabalho para o bom exercício da profissão. Essas bandeiras que são de todas as especialidades têm que ser levantadas, tanto junto ao governo federal como aos estaduais e municipais, para que possamos ter voz ativa no Congresso Nacional, nas Assembleias Estaduais e nas Câmaras Municipais. A diretoria do CBCD está consciente dessa necessidade de ação, porém precisamos unir todos os médicos, para que nossa voz tenha cada vez mais força.

CBCD – Mas geralmente o médico está tão envolvido no seu dia a dia, nas várias atividades que precisa assumir para se sustentar, que não tem tempo.

Jurandir – É verdade, e hoje apenas uns poucos profissionais se empenham junto as entidades médicas que nos representam; porém se um número grande de médicos, se conscientizar pela necessidade de atuação política, e ainda se dividirmos o trabalho, será menos oneroso para cada um de nós e por certo não levaremos ‘sustos’ como descobrir que de repente Brasília decidiu que cada médico, para realizar a sua pós-graduação precisará ‘oferecer’ um ou dois anos extras (a redação da lei não é clara) para trabalhar no Programa de Saúde da Família, num local que talvez nunca tenha ouvido falar, sem nenhuma infraestrutura e sem orientação para praticar uma medicina de qualidade.

CBCD – E como os médicos podem atuar para que passem a ter o peso que merecem nas decisões políticas?

Jurandir – As eleições que se aproximam já são uma oportunidade. Se cada um em sua cidade identificar os candidatos a prefeito e a vereador que são médicos e buscarmos oportunidade de um contato, poderemos sensibilizá-los para nossas bandeiras e conseguir um compromisso. Ainda não será o ideal, o qual só será alcançado quando tivermos candidatos se apresentando como médicos e defensores da categoria, como nos EUA. Mas temos que começar, caso contrário, a categoria continuará a reboque de decisões equivocadas e, cada vez que um governante tomar uma decisão que nos afeta sem nos consultar, continuaremos ‘correndo atrás do prejuízo’, para cancelar a medida. Isso efetivamente precisamos mudar.

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